sábado, 23 de julho de 2011

Que parte escolhESTE?

Ficando por aqui há eu mesma. Talvez Ella, talvez Amy, talvez Eddie. Talvez um toca-músicas cantarolando sinistramente as dores de toda humanidade, ou melodias dançantes em torno da imaginção fatigada de doloridos coices de amor. Há a possibilidade de cor, de mundo criado, de balões grandes e azuis e vôos altos de pássaros verdes com cabeças transparentes para se ver bem os cérebros.
Há uma xícara de café pra quando não houver mais nada pra ocupar as mãos, para qualquer momento em que eu quiser ocupá-las com algo quente.
Há um amigo ou duas que têm colo grande e riso fácil - e palavrões bem feios para os instrumentos que materealizam as fatalidades da vida.
Há um livro, uma poesia e uma figura histórica - um ser humano bem mágico - pra mostrar com Verdade que a(s) sua(s) beleza(s) sedutora(s) podem ser bem menos se eu puder olhar pra dentro (de mim, de ti, da beleza, da doçura), e perceber que traços tão harmônicos e causadores de quentura no meu estômago são, na realidade, vagos.
Além disso há o mar amanhã. Verde, azul ou escuro, que lá está sempre e sempre e tanto, indo e vindo e subindo e descendo e acalmando e atormentando e entristecendo e alegrando. Ensinando que essa vida inevitavelmente vira e gira e arrebenta e exige: o que nela joga, um dia volta - é a lei da ressaca.
O céu lá fora que acaba de acordar. Aqui rosa e claro, e estrelado e quente. E um vento sereno, soprando e acariciando o ouvido sem pedir nada em troca. Vem de repente, vai-se de repente; aparece, some, fica solto, vem quando pode, quando é pra ser.
E o sol, que fica dizendo que sim, está tudo bem, tudo muito bem. E que pra lidar com peixe grande, não dá pra ser pequeno salmão. Tem que ter força, criar força, guardar força e mostrar força. Ou aceita o lugar de rio manso, ou parte pro enfrentamento grave. Já sabe que parte escolhESTE?
Sim. Jamais brando - quase nunca, pelo menos. Sempre, desde sempre, tudo difícil, tudo desafio, tudo corrida veloz. (Aliás velocidade agrada bastante). Sempre a voz grave, a personalidade ácida, o olhar cortante, o texto cheio de provocação. O ser mais obstinado e arisco. A vida mais extraordinária já vivida. A agonia do chove-não-molha, do ato contruído na surdina, como quem não quer nada, como quem engana a todos. A observação em peso, sempre a espreitar, sempre a tentar entender. O medo como agente complicador. A coragem como agente motivador. O entusiasmo ali. A alegria ali. A angústia ali. A luta ali. O amor como vontade absoluta e totalmente presente - se não em carne e osso e alma, ao menos em sonho. E a música pra estampar o pano.

domingo, 10 de julho de 2011

Límpida - que palavra bonita.

E me pus a pensar em tanta coisa, a cada tempo os pensamentos fazendo barulho na minha cabeça, os sentimentos indo do quente ao frio ao morno. Ás vezes parece tão nítida a resposta, tão aqui, nem em frente aos meus olhos, mas dentro deles mesmo, existindo já desde sempre comigo.
Eu queria dizer alguma coisa, explicar a minha imaturidade. Como tudo fica tão melhor quando a gente é honesto né?
Sou ainda criança, assim, emocionalmente. Ainda me antecipo quando vejo algo que quero, ainda corro e tropeço, não sei andar direito. Mas isso se explica pela minha vontade de chegar aí e de ter experiência daí me perco e morro e creço e não me perdoo e escureço e... E "aí" é uma pessoa. Principalmente uma, eu quero muito chegar de verdade a uma pessoa. É sonho antigo, é sonho bobo, mas pra mim é gigante. Escalar as ár vores ainda me parece tão difícil...eu olho de baixo. É por isso que não me entendem.
E é claro que não é fácil ver tanta coisa acontecer ao meu redor, e nada disso ser pra mim. Como sempre fui curiosa, veja, já me meti em cada lugarejo que me deixou com os joelhos todos ralados. Muita queda, sabe? E ainda não cheguei a pegar uma fruta da árvore para mim. Entende? Toda vez alguém mais bem preparado, mais bem esperto, mais cheio de coragem e de fala e de experiência vem, e alcança. É lógico que emudeço, encolho, e choro. É claro que choro...quem não faz isso? Não é por mal, mesmo que pareça.
Falo tanto "mim", "eu", afins. Desculpe. Querendo ou não o ego é sempre tão presente e vencedor... ás vezes acho que é por causa dele que tanto sofro. Preciso aprender a ficar no meu centro, no coração, que lá tudo é calmo, tudo tem uma razão de ser. Não é?
Veja bem, escrevo pra alguém. Sai tão mais fácil quando estou escrevendo pra alguém ler... não fica agressivo, procuro palavras mais suaves, um jeito mais suave, talvez. Já me cansei tanto de coisas obscuras, que fazem peso e me deixam exausta demais. Cansei de destilar venenos, jogados todos em mim mesma, suponho. (Meu pé continua frio e ainda estou com fome, mas não quero comer...) Sabe, esses sentimentos pesados são em grande parte culpa do meu sanguinho espanhol que os carrega. Oh meu deus, quanta intensidade.

Pare com as repetições.
Descanse de verdade.

Amanhã você pensa melhor. Amanhã o dia estará mais límpido. (:

E...eu sempre entendo depois.

Um pedaço de esperança, recolhido aqui, de seu rosto. Um pouco de adoráveis gestos...
Mas tampouco posso mentir a mim mesma. Se eu souber ler os sinais da vida, isso é só mais alguma coisa pra eu aprender; carga pesada, problema complicado, humanidades expostas abertamente, á flor da pele, uma ferida dura num coração. Mas tudo bem, somos bichos, então, e eu sei. E amanhã tudo é diferente.
A música me acalma.
Hoje é só pra eu ir em busca do que me fascina de vez, sem parar no meio porque algum vaga-lume acendeu e piscou para mim.

Pousa a cabeça, agora tudo que escuto é seu riso me apedrejar...
Tão lindo, tão longínquo, e o que há pra se falar?
Jamais prender o fluxo do rio, tentar impedir o linguajar...
Tudo que sinto é falta, todos podem te conhecer e eu não.
Da próxima vez minha atitude precisará mudar...

Brigada. Eu aceito. Aceito essas coisas que me dá e que é por amor, por querer que eu creça. Então, preciso refletir sobre tudo isso e só pensar em ficar bem por algum tempo, entender minha vocação. Entender as pessoas e o fato de ás vezes eu estar fora delas.
Desculpe, de verdade. É só que...me empolgo com a beleza delas, externa, interna, lateral..tudo. E é tanto que não sei, não sei como ter contato com isso tudo sem...agredir? Um gigante da felicidade.
Sem nada que faça sentido, meu ego estragado também precisa ser educado. De maneira intensa, mas tudo bem. Quem sabe essa seja uma preparação? Depois da desistência..e.. eu sempre entendo depois.

sábado, 9 de julho de 2011

Am I blue?

Pra ser sincera, é mais confortável esse sentimento de desolação do que aquele de vazio. Ora pois, é mais fácil sentir falta de algo, do que sentir falta de sentir falta de algo.
Essa minha alma é mesmo chorona...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Eu vou ser, prometo que vou ser. Sem concordância, sem texto acima pra prender e pressionar. Aliás, vou apagar.
Você não disse do que era feito, eu disse que meus lábios ardiam quando eu punha vinho a boca.
Não, eu não disse. Eu pensei. Mas se estivessemos num filme, você acharia isso incrivelmente bonito.
E além disso estamos, e vamos, e seguimos, e vivemos. Leve e não leve, seguindo em contasenso. As pessoas riem do líquido que se vai sem controle, sem poder ser aprrendido, assegurado. Mas poderiam perceber a sua beleza, se não tivessem pressa de passar pela vida.

domingo, 3 de julho de 2011

Escutas atrás da escada.

Tudo bem, lá vem com a mesma coisa. É, você vai me dizer a mesma coisa, mas com um sorriso diferente do dos outros. Eu vou escutar a mesma coisa, e dizer as mesmas palavras. Com um sorriso triste diferente dos outros meus sorrisos tristes de sempre? Não sei. Talvez será com o mesmo de sempre mesmo...
Então há algo de estranho aí. Há pessoas que buscam fins antes que eles cheguem. Há pessoas que correm na frente porque o suspense estouraria seus peitos mais do que as espadas da batalha. E eu sou esse peixe. Desenfreado e covarde para as longas esperas. Já que o abismo me persegue, pulo nele agora mesmo.
Mas de leve.
Ninguém percebe, nem eu mesma. A minha desculpa de quero-mais é o meu passaporte pro verdadeiro propósito: demita-me agora. Não vou esperar a chuva brava pra sair correndo. Não vou ficar esperando o vulcão entrar em erupção pra resolver ir embora. A questão é exatamente essa: se eu não souber, desde já, se há risco de o terreno me engolir, com toda certeza o meu magma interno esquentará cada dia e cada noite mais - porque o sistema é bruto e caótico aqui dentro - e a erupção certamente virá violentamente. Eu já vi. Juro mesmo. E, sabe, não foi mole de ver não. Foi duro de verdade. Foi quase mortífero.
Então agora é o seguinte: imediatismo. Possessividade. Ciúmes. Tudo junto. E eu não quero jogar nada disso em você porque você é muita coisa bonita. Então junto todas esses trecos e peço pra ir embora de um jeito sutil que nenhum de nós perceberá.

E a história se repete. Repete, repete, repete. Até o dia em que eu mesma parar. Parar de soluçar, de inventar, de ser magma bruto e pesado e perigoso. Até o dia em que eu pôr essa energia em algum lugar bom. Usar isso. Aprender. Até o dia em que eu começar a gostar de viver em mim. Olhar pro espelho. Ver a sua beleza em mim mesma.
Até esse dia, sou um veículo em movimento rápido e suicida. A cabeça bate, os dentes se quebram, e levanto viva pra mais um dia.

Até lá é isso.
Depois de lá eu compro flores, faço um jardim e aprendo a cozinhar. Criarei meu ninho, e tenho certeza de que gostarei dele.
Um lugar pra onde voltar.