domingo, 19 de setembro de 2010

Bate

Vixe nossa, queria eu escolher a delicadeza, sabe como? Essa coisinha linda aí dentro de ti, eu vi, eu vi sim, e a proteção, sabe bem? Mas tu se assustou comigo, com essa coisinha minha, que eu também tenho. Sei não dosar, sei não. Vai entender de que jeito? Volta não tem mais não, eu entendo. Agora quer que eu desgarre por pegar medo do cê, mesma moeda e tal. Que besteira não? Sendo assim tenho que escolher ficar com a cara hostil, sabe como? Pra assustar mais também, pra furar também, pra aliviar...entende? É isso, é só isso. Mas eu lamento tanto, meu deus. Queria saber o porquê disso, minha nossa. Queria entender de onde que vem isso em mim, queria muito. Acha que ficaria mais fácil de passar o pânico que brota na cabeça? Que deixa as orelhas todas quentes? Acha? Me explica o seguinte, e aquela promessa de não machucar? Disse que não faria isso, meu deus, tu disse sim, eu ouvi com essas mesma orelhas, que estavam frias e calmas e agora estão quentes. Mas por que tá com a faca na mão? Tem como me dizer? Eu num queria desacreditar de todo o resto com uma coisa pequena que acontece, mas isso me ocorre. Que triste que é. Pra recuperar um calorizinho demora de tanto. Pra mim as pessoas somem. Somem. Somem. Abandonam. Todas elas. No fundo. Sabe? Só me sobra aquele olhar de descaso. Não entendo isso, do fundo mesmo, não entendo. A menina ainda aprende a sentir que talvez alguém tenha como amar ela. Juro. Mas na verdade te digo, pra tu mesmo: tenho eu medo do amor.

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