terça-feira, 13 de abril de 2010

My fever burns me deeper than I've ever shown to you

Ninguém tem culpa mas ainda assim eu quero jogar todo o meu lixo em algum lugar. Sendo bem egoísta mesmo - foda-se é o que eu quero gritar na janela pra rua toda escutar, e trainar a voz pro mundo inteiro ouvir também. Com potência máxima. Rasgando. Aliás, vendo as bocas boqueabertas rasgando de tão abertas também. Olha, olha pra minha cara, escuta: ninguém, ninguém tem culpa, eu entendo. Entendo também uma pessoa cretina não ter a mínima culpa de ser cretina. E falsa também - e maldosa. Não tem. Entendo do fundo da alma. Mas porra! Eu não preciso ficar feliz com isso. Nem fingir felicidade. Feito? Feito o trato?
É, eu quero, então: esquecer muuita coisa. Pra começar, começar a desaparecer. E não voltar pra ver a falta (ou a não-falta) que eu fiz - perde um pouco a graça mas é mais saudável certamente. Eu quero: mudar de cidade. Aham, ir pra essa cidade bonita e ensolarada e esverdeada mesmo, e cheia de gente que deve ser bonita por fora (e por dentro) pra variar um pouco esse seu gênero. E aí é que vem o toque bom: nunca te avisar, jamais, nunca mais, nunca na vida mais. Aniquilar a esperança. (Pra que ela possa renascer mais viva voltada para outro lugar - um lugar mais merecedor e...vivo, é claro, verdadeiro. Não uma mentira inventada pela minha cabeça). De repente, depois de ter conseguido matar a esperança, eu até aceite, talvez, ver a sua cara de surpresa. Mas por pouco tempo pra não cansar a beleza. Hm, bem. Eu quero: escrever o livro pra deixar o vômito sair de vez. Eu quero: ir pra lugares quentes, ir pra África, pra Austrália pro Hawai (pensando bem Hawai é melhor: tem lembrança nem no nome...). Quero: gostar muito de alguém e de alguéns. Ver a parte boa da vida sempre. Sempre. Fazer algo pra mudar o mundo e parar de ronronar apenas (como temos feito). Conviver com crianças. Cantar bastante. Sentir mais amor do que revolta. Sentir mais presença do que ausência. Sentir mais sol do que frio. Nadar no mar. Dizer com o peito aberto: e u e s t o u f e l i z e dane-se você. * até lá serei capaz de mudar as últimas palavras: criarei amor por algo que praticamente só me fez mal.

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