segunda-feira, 25 de outubro de 2010

das palavras dos poetas

Me desculpe mas eu ainda não entendi. Precipitando-me desde o príncipio é que não farei. A coisa já me pegou pelos braços, mas o que espero agora é pegar-me pelo peito. As palavras entram e saem, e isso eu percebo, mas eu só farei delas vida quando entender que assim ser é que se deve. Não me diga que se expressa de forma estranha, entendo: como ingratidão. Eu vi as luzes no poste, fiquei tão triste, achei que não mais dentro de si mesmo estava. Mas que dor. Entende bem? As vozes ecoam, tão boas que são. Naquele momento em que a gente não está mais um dentro de cada um, mas um fora de cada um, e daí no corpo fica só a alma (digo, o coração) e então conversar é que se pode, bem somente só com os olhos. Se me entende, sei que perfeitamente. Vimos na árvore um olho de azulão, pedistes pra que eu atendesse, e aquilo me entrou. Das palavras saem o som, e quando em música, desse jeito, algo de mais se aparece, e então algum sem nada desaparece, daí a felicidade toma espaço. Pois bem, nessas horas parece pura prece. Tão pouco ainda é, mas se o cansaço chega e espanto, a busca morrer é que não vai. Cresce, só cresce. E chega no céu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário