domingo, 26 de dezembro de 2010

That was my heart in the line

(Por Sofia.)

Desdentados são os caroços que embarcam em nossas bocas
E mesmo assim, são duros e ásperos e frios
Eu não vou mastigar nenhum deles
Nenhum deles
Nenhum deles
Espero que morram antes de estarem vivos

Entraram várias vezes empurrando a garganta
Raspando tudo sem nem dar conta
Eu já senti minha pele arder em febre sem rascunho
- tudo ali, de cara limpa e de primeira -
E ao que parece, era só um desafio

Não importa agora se o mel que veio foi mais doce que nunca
Na verdade, toda aquela sujeira deixada no sangue
Não irá embora de uma hora para outra
Coisas limpas é que perduram.

Mas enfim, não há nada demais - como costumam destacar
A única coisa que sei é que ir embora virou costumeiro
O meu problema é estar aprendendo muito devagar
A virar as costas e deixar partirem sem olhar pra trás
- meus olhos ainda ficam chorando quando você se fecha.

2 comentários:

  1. As rosas são lindas, perfumadas, serenas, coloridas, mravilhosas. E tem espinhos. Que ferem, machucam, criam raivas e rancores. E elas apenas os olham de cima para baixo. Sabem que precisam deles, pois sempre haverá predadores perversos. Mas deixam para os espinhos sua, já determinada função.
    Que hipocrisia da natureza. Uma flôr tão sensível e singela, precisando, muitas vêzes, que espinhos às defendam.
    A natureza é burra? É falha? É indescente?
    Ou, apenas, ela quer que cuidemos Um do Outro?
    Mas nunca esquecendo que somos individuais com características próprias e definidas, contudo maleáveis. Como a banana maçâ, quando esta madura, é docinha, saborosa, deliciosa. Mas se estiver verde, desce com um Ranço de " dar nó ". Que bom amadurecer!

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  2. Desculpe por aqui nem comentar o poema. O fato é que outro dia pensava em títulos e em como eles são muito mais do que muito importantes em tudo o que escrevemos, como compõem uma parte mais do que muito grande naquilo que se escreve.
    Eis que sei lá porque me deparei com 'Abocanhar o inseto'. Seria muita intromissão lhe perguntar os porquês do nome? É que gosto de saber disso. E, como não li muito de seu blog, não me julgo no direito de construir hipóteses.
    Desculpe, mais uma vez.

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