segunda-feira, 14 de junho de 2010

É só pra dizer obrigada.

E eu não sei demais nada a não ser o sol, a janela aberta, a onda forte quebrando alta, a voz doce, o caminho cheio de árvore, o senhor colocando a meia no pé da senhora, o dia calmo, o sorriso no rosto, o seu pedido pra eu ficar, o insistente lembrete discreto de que há ligação. Eu não sei de mais nada além de doação, de abraço, de alegria, de amigo de verdade, de gente de verdade, de amor de verdade. Sabe por que? É rapidinho o que vou dizer, mas hoje eu vim pensando... realmente, é muito muito mesquinho pensar que doar uma ajuda, trabalhar por alguém, ouvir uma criança, seja algo dolorido e que te diminua. E é tão feio, mas tão feio justificar um erro seu com o erro do outro que eu prefiro nem me abalar com essas coisas. E é muito, muito ruim ser pela metade; digo, é muito ruim dizer que sim, mas pela metade, e sabe-se lá por quê - por medo, talvez? De qualquer forma, para as forçassões, para as falsações, para as mesquinharias, eu estou me fechando. Freguesada que aproveitava da minha boa vontade para isso, eu sinto muito, sugiro que tente em outro estabelecimento. Roubar admiração e carinho, nas costas no senhor do caixa, era uma crueldade, n'era não? Sabe do quê? Hoje eu vejo uma rosa tua desenhada, uma frasezinha dizendo que tá triste por estar sozinho e nem me comovove - juto pra você que não. Ah, não dá pra acreditar, mas nem um pouquinho só. Não dá nem pra ler sem dar risada - numa coisa que era pra ser triste - porque é assim, algo que você olha sabendo que tem grandes chances de ser mentirinha, sabe? Tipo a história do menino que falava que tinha lobo e quando teve mesmo, ninguém acreditou. Então, é assim que se corta algo dentro de alguém: empurrando empurrando empurrando cada vez mais pro abismo até que a ponta, que parecia tão longe, chega...e daí, o algo cai, lá embaixo.
Tô feliz pra burro. É só sair do casulo pra descobrir que tem muita flor colorida onde morar, não só o escuro da casca, não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário