quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pra ser sincera, acho que hoje em dia muita coisa me causa um mal estar. Acho que estou começando a odiar certas coisas. O que antes me parecia tão correto, e me parecia o caminho melhor, está se tornando tão...ditador, ou algo assim. Fico um tanto incomodada ao ler sobre difinições, ao escutar uns e outros repetirem o que é bom e o que é ruim, feito reis, colocando regras e escurecendo todo o resto. Ás vezes, prefiro nem discutir. Prefiro nem penetrar na bola magnética de certos aí que com a voz adestram centenas de pessoas. Sei lá, será que estou começando a desenvolver uma resistência ao controle que querem me impor? Espero do fundo do coração que sim. Sabe de uma coisa? Eu juro por Deus que gosto de quem ás vezes é incoerente, mas sem machucar muito nos outros, algo nesse sentido.

Saco. E daí se eu falo errado, se me visto errado, se faço as refeições de forma errada, se enrolo a salada com as mãos, se não corto o cabelo, se não organizo meu guarda-roupa, se não durmo cedo, se não tomo leite todo dia, se gosto de garotos barbudos e de brincos, se não gosto de competir, se não gosto de correr, se não gosto de sofrer? Saco, sabe? Qual o problema em não me importar se terei um civic ou um jipe? - aliás, tenho certeza de que preferirei ter um jipe. E também, e daí se eu odeio ouvir sobre "como alguém é ruim em tal coisa?". E DAÍ SE EU NÃO AGUENTO? E por que é necessariamente ruim não gostar de ir pra escola? Quem é que disse que sou pior só porque prefiro pegar uma bicicleta e seguir por uma trilha arriscada ao invés de ficar em casa numa porra de um computador? Jogando e aumentando a minha capacidade mental para usar sabe Deus em que vida? Preferindo uma porra de um amontoado de fibras óticas e de ondas eltromagnéticas e sistemas binários ao invés de olhar pro olho de um ser humano? E, já que entrei no mérito, por que sou tão crucificada ao dizer que realmente não gosto nenhum pouco de passar o dia em cima de cadernos e livros descobrindo sobre o PH das coisas?

Mas pelo menos eu tô descobrindo umas coisas. É, pelo visto, eu gosto mesmo de perigo, do extremo, do improviso. É o único jeito em que me dou bem, creio. Tenho boas idéias até. Penso. Gosto de música também, sabe? E de dança e de teatro também, e de escrever, sabe? Aham, tenho talento, pronto, falei. Por mais que venha me dizer que é "preciso nascer com o dom", sou resistente a acreditar.
Odeio limites, aliás. "Até lá você pode ir". Digo, interprete, por favor, o que quero dizer.

Vou dizer. Pra mim, quem é cheio de definições, é porque tem dificuldade em interpretar cada coisa que aparece á frente. Realmente, é muito mais fácil resolver todas os problemas da vida com as mesmas soluções. Realmente é muito mais fácil usar a mesma resposta para todas as perguntas. Só não sei se isso é verdadeiro.
E, aliás, não suporto mais ouvir "você SÓ conseguirá se fizer ASSIM". Uma ova, uma ova.
Espere um pouco até eu melhorar a minha ansiedade e a minha dependência e o meu medo, espere até eu pegar uma linha e ir de encontro ao monstro maior, assim como já fiz pegando um ônibus, pra ver.
Sinto que não estou muito mais nas mãos de ninguém/nada.

Isadora-fora, escute bem. Estou te enfrentando e logo você se tornará menor dentro de mim.

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