sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um dia de Sol, um dia de Chuva.

Quando eu ando na rua, e vou olhando para meus pés, bem devagar, e de repente passa uma folhinha correndo, vermelha, meio amarelada também, daí eu entendo que tudo tem uma vida e uma alegria por dentro. E quando eu não sei mais em que acreditar, não sei o que fazer com tudo que tenho na mão - todo o caminho, toda liberdade -, com toda cabeça conflitante que tenho no pescoço, e ligo para a minha amiga, que é minha amiga desde o sempre-não-lembro-quando, e ela me diz simplesmente pra ficar bem, pra não pensar nas coisas antes que elas cheguem, pra não me preocupar e ser feliz, e que cada pequena coisa dará certo, eu entendo que certas criaturas nascem com um dom divino de acalmar.
E eu achei tão bonito o que o garoto disse, calmamente, sem querer, sem medo, sabe? Não era nada, e era muito. Era alguma coisa, enfim. Parecia verdade, pareceu, parece verdade, mesmo que já não exista mais. O que acontece é que cresce em mim nessas horas e em outras e ao presenciar exemplos de sincera consideração por outro ser humano, uma coisa muito grande, que eu acho que se chama...se chama... amor?
Eu tô na sala agora assistindo á tv e assistindo á algo que todo mundo acha imbecil mas que na verdade, não é não - só porque não entra na roda-padrão, é porcaria? Então, a moça gentil do programa e toda a equipe fez uma ação muito boa: ajudou uma pessoa, uma outra moça. Eles estavam pensando "será que ajudar essa moça não vai fechar-lhe algumas portas?" e um moço, acho que o principal, disse "toda escolha tem uma renúncia, mas a gente espera que a vida dela melhore com isso".
E quem diria, hein? O meu professor, o menino-sabe-tudo-bonitão, a menina-correta, milhões de pessoas sabichonas e milhões de pessoas doutoras criticam o superficial - o estilo do programa, no caso - mas não fazem muito esforço pra ver o que ele está tentando fazer de bom, não é assim? Diga que não, eu duvido. "Olha, olha como ela é fútil, olha como ela fala besteira, olha como ela não tem nada na cabeça, olha como ela só faz loucura". Então, olha o que você tá falando e olha depois pra moça gentil, que você tá considerando ignorante, e olha o que ela tá fazendo. Ela está sorrindo com a alegria da outra moça, da moça que foi ajudada, ajudada a ficar mais bonita. A moça gentil agora tá pegando na mão da outra moça, tá sendo tão sincera, tá dizendo "você tem beleza interna e isso ninguém nunca vai tirar de você". A moça gentil tem um coração muito grande mas você prefere dizer que ela é burra. Você prefere acreditar naquilo que diz não acreditar: em idéias pré-determinadas. Já parou pra pensar que é a mesma coisa que os outros fazem e que você recrimina? Eu não sei se conseguiria ser tão bondosa quanto a moça gentil. Eu sei que eu gostaria de conhecê-la agora. Eu sei que sempre tenho vontade de chorar ao ver algumas pessoas que fazem palhaçada o dia inteiro fazendo coisas maravilhosas por outras pessoas, coisas que quem passa o dia falando o que é certo e o que é errado e o que é bom e o que é ruim não faz. Eu quero ir pro lado dos palhaços. Que fazem, sabe? Que não são ban-ban-bans, mas são bons. Só isso, assim mesmo, e ainda riem, ao final de todos os dias. Umas pessoas que riem por elas e pela alegria dos outros também. Sabe o que eu sinto ao ver essas pessoas iluminadas? Sinto gratidão, fé, uma fé gigante mesmo, maior que eu e que o próprio mundo. Eu pesso a Deus - A DEUS! - que me permita ter a coragem de romper com todos os gêneros, mesmo esse que todos consideram o melhor - esse gênero inteligente que a gente vê explodindo por aí-, ir embora e não me agarrar mais a essas regras que dizem "seja assim e seja livre". É fácil amar algo que é do jeito exato que você gostaria que fosse, o difícil é amar algo errado e difuso, incoerente de tudo. Quem pede regra, tá machucando, machucando...causando dor. Pra mim, não dá. Desculpe, mas não dá pra ser amada mediante cumprimento correto dos pré-requisitos. Pra mim, não dá pra viver - nem pelo menor tempo possível - nessa piscina que pede meu sangue em troca de oxigênio. Não dá pra entender e mergulhar nessa hipocrisia funda, não dá mesmo.
Acho que quem é corajoso o suficiente para se doar a algo, a alguém em quem acredite muito e portanto ame muito, e que é corajoso pra se livrar dos conceitos e dos preconceitos e da rigidez dos pensamentos, ganha o prêmio que todo mundo quer: a felicidade.

ACREDITO EM CONTO DE FADAS, EM DOENDES, EM PAPAI NOEL, EM ANJOS, EM HABILIDADES VOADORAS, EM HABILIDADES DE SUPERAÇÃO, EM VITÓRIA DE QUEM NADA CONTRA A CORRENTE (EXTERNA). É TUDO VERDADE. EU JÁ VI MUITO: SÃO AS PESSOAS Á SUA VOLTA. SÓ QUEM QUER VER, PODE.

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