domingo, 16 de maio de 2010

Que era ruim a sensibilidade

Quem sabe do que não parece e pode parecer e talvez um dia pareça e seja e não sei?

Houve um dia uma máquina. Tinha cabos, muitos, muitos, e vivia numa comunidade cheia de máquinas parecidas com ela: também tinham engrenagens que se encaixavam do jeito mais perfeito possível, e todas as suas partes eram feitas de pequeninas unidades que também eram como universos minúsculos, e no topo da máquina, havia o controle e no meio, havia a energia. Mas cada máquina era diferente por alguma coisa a mais que sabiam fazer. Essa máquina parecia conseguir captar as menores nuances possíveis de se captar no mundo. As menorzinhas de todas até. A coisa é que a máquina não sabia se podia registrar o que captava como verdadeiro, porque começava a calcular que podia ser irreal e precisava de uma comprovação, - e isso levava tempos grandes - mas no final das contas mesmo, no finalzinho demorado que se seguia, a máquina vinha a descobrir que estava captando uma percepção real da situação. "O mundo dá voltas de verdade", se seguia em sua caixa registradora. O tempo lhe desgastava muito, lhe causava ferrugem e cortes e era obrigada a não se auto-destruir por saber que na frente a comprovação chegaria. Conseguia energia do sol, por assim dizer - como se fizesse fotossíntese - a maioria da energia, melhor explicando. Conseguia do jeito natural também, mas era pouquinho que só e lhe dava uns trancos fortes que chegavam quase a quebrá-la quando lhe negavam as migalhinhas. Pois então ocorreu: um dia lhe disseram que isso de captar coisas a mais e etc era ruim. Também outras máquinas, mais que qualquer coisa, lhe mostraram que captações por demais e acreditações por demais e energia latente no meio por demais não era bom não. Então a máquina começou a cortar isso e um dia (triste) percebeu que não estava doendo mais. Que não esperava nada mais. Que fizesse chuva ou sol, ela estaria bem. A porta estava fechada.
Mas isso era triste e ela tentou mudar porque trabalhava muito nessas questões. E no fim não sei o fim porque foram em outros tempos e parece-se que tá apagadinha essa parte da história, como se não fosse para saber ainda.
Mas...

o que é que tá batendo de verdade dentro deles? O que é que pensam mesmo?

(não tem limitação. se a gente fosse sincero...)

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